Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de diabetes tipo 2, é comum surgir a dúvida: “meu diabetes está alto, vou precisar usar insulina?” A resposta é: nem sempre. O uso de insulina depende de diversos fatores clínicos e não apenas dos níveis elevados de glicose no sangue.
O diabetes tipo 2 é uma condição em que há resistência à insulina e, com o tempo, uma redução na produção desse hormônio pelo pâncreas. O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, medicamentos orais, injetáveis não insulínicos (como Ozempic, Wegovy, Mounjaro) e, em alguns casos, a insulina. A escolha do tratamento ideal leva em consideração a glicemia de jejum, a hemoglobina glicada (HbA1c), os sintomas, o tempo de diagnóstico e outras condições de saúde da pessoa.
Muitos pacientes conseguem normalizar seus níveis de glicose apenas com alimentação adequada, prática regular de atividade física e uso de medicamentos orais. Além disso, novos medicamentos injetáveis - como Wegovy e Mounjaro - têm demonstrado grande eficácia no controle da glicose, mesmo em glicemias mais altas, com o benefício adicional de promover perda de peso e proteção cardiovascular.
A insulina pode ser indicada em algumas situações específicas, como no momento do diagnóstico com níveis muito elevados de glicose (por exemplo, se mantendo constantemente acima de 300 mg/dL) associada à presença de sintomas marcantes (muita sede, perda de peso, cansaço intenso) ou quando há descompensação aguda, como infecções ou internações hospitalares. Nesses casos, o uso de insulina pode ser temporário — ou seja, com a melhora clínica e metabólica, o paciente pode deixar de usá-la.
Vale destacar também que insulina não é um sinal de “fracasso” no tratamento, como muitas pessoas pensam. Em alguns casos, ela é necessária para preservar a função pancreática e evitar complicações. No entanto, com um acompanhamento adequado e controle de fatores como peso, alimentação e adesão ao tratamento, muitos pacientes conseguem evitar ou adiar seu uso.
Por isso, ao descobrir que está com “diabetes alto”, o mais importante é procurar um endocrinologista. Com base em uma avaliação individualizada, o médico poderá definir a melhor estratégia de controle glicêmico — que nem sempre inclui insulina, mas sempre requer comprometimento com a saúde.